"MENTES CRIATIVAS SÃO CONHECIDAS POR RESISTIREM A TODO TIPO DE MAUS TRATOS."
SIGMUND FREUD

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Preconceito



Não conheço a autora do texto, mas ao ler achei muitíssimo interessante, como ela fala a respeito de uma coisa que muita gente acha que aqui no Brasil não exite, e outras fazem "vista grossa", mas o preconceito está por todos os lados, até do meu ou do seu, basta um bêbedo se aproximar, falando um pouco mais alto...
Mas vamos ao texto de Telma Reis que é muito bom:

O Aurélio diz:
1. Idéia preconcebida. 2. Suspeita, intolerânica, aversão a outras raças, credos, religiões, etc.

No sentido amplo da "execução" do preconceito, aceitar é o que não vale. E lutamos muito, todos os dias, para não agir assim em tudo na vida. Todos nós, sem excessão de ninguém agimos com aversão sobre algo ou alguém que não conhecemos, e em cima de uma suspeitazinha, transformamos aquilo em verdade, antes do tempo nos confirmar. E é visto como normal.
Preconceitos raciais, pré conceitos religiosos, suspeitas sobre presos e aversão - ainda que 'incosciente', sobre tipos físicos marcantes. Este em especial, quero me aprofundar.

A moda dita a secura como lindo e mágico; pele e osso como a beleza estratosférica mundial. Bem, gosto não se discute. Magros são bonitos quando saudáveis, assim como os gordos também. O ruim é que não é somente a moda que incita esse tipo de coisa. A TV - pra mim a campeã em espalhar preconceitos -, relata, muitas vezes, que a felicidade existe, caso você seja magro. E que gordinhos podem ser felizes, caso aceitem ser motivo de chacota e piada (pelo menos em programas de humor é assim.)

Assim como imagino que deva doer lá no fundo de uma pessoa que seja extremamente magra, ouvir que está seca, pálida, com cara de doente, imagino também que para gordos, escutar piadinhas sobre seu excesso de peso não é a melhor das brincadeiras. Assim como também para pessoas altas ou baixas demais para o padrão da sociedade, que sofrem com piadas horrorosas sobre seus tipos físicos.

Durante o tempo em que cursei fonoaudiologia, pude aprender o que é a dor do preconceito. Atendia pessoas principalmente com fissuras (palatais, labiais, etc), pessoas com reumatismo crônico, com síndrome de down, paralisia cerebral, etc. O que se vê, em grande parte de todos os casos de preconceitos, é a falta de icnentivo ao amor próprio vindo de casa. Falta. Falta muito. Mas quem ensina mesmo é a vida.
Imaginem agora como deve ser a vida de um cara sem estudo, que sustentava a família com um salário e meio, sofreu um derrame cerebral e está na cadeira de rodas, há mais de 5 anos. Engordou, ainda não desenvolveu o mínino da fala - parte que foi mais afetada pelo derrame, causando afasia -, mas pensa lucidamente e entende tudo muito bem. Anda pela rua, com sua esposa empurrando a cadeira de rodas, e a cada olhar que lhe é direcionado, o mundo lhe cai em mente, mas boca e língua não correspondem. Pensa, mas não pode falar. Não consegue sequer gesticular. Claro que o mundo tem muitas dores, e de diferentes formas e causas, e nem por isso precisamos morrer de pena por ninguém.

Pessoas gordas, quando entram em alguma loja, geralmente são recebidas com espanto pelos atendentes do local, ou parecem "modelos de circo" quando caminham em qualquer lugar. O mesmo ocorre com pessoas altas e muito baixas. O padrão da sociedade "aceita" determinada altura e aparência e tenta, a qualquer custo, eliminar o resto que seja, nessa concepção diferente.

Preconceito causa dor, muita dor. Não criar vínculo com negros por causa de sua cor é coisa altamente do Demo. Tenham em mente que somos do mesmo sangue, viemos das mesmas "forminhas". O que nos diferencia, essa magnífica etnia que reveste o planeta, são adaptações que a própria raça humana vem fazendo ao longo dos séculos.
O que mais intriga em quem comete preconceito - sim, COMETE, porque preconceito é crime! - é que nunca existem respostas suficientes para dar razão à idéia preconcebida. Aos que são alvos dos preconceituosos, resta uma dor que chega a ser indescritível. É humilhação pura, curel.

Somos mútltiplos, por isso somos tão diferentes. O preconceito é tão ridículo que sempre se define de uma única forma: não há explicação suficiente para se fazer um pré conceito de nada nem ninguém.

Preconceito dá cadeia. Mas devia mesmo existir uma punição mais elaborada, como informação do que somos. Tapar os ouvidos e fechar os olhos não nos distancia da realidade daquilo que não gostamos - ainda que não conhecemos e não queiramos conhecer -, apenas faz crescer, dentro da mente e do coração, uma imagem completamente errada e absurda da vida.

Quem tem preconceito, não pode ser considerado humano, nem bicho. Deve ser considerado apenas como um nada, que vaga pela vida, sem maiores interesses em conhecer a si mesmo.

Telma Reis
http://glica.multiply.com/journal/item/477/Preconceito

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