"MENTES CRIATIVAS SÃO CONHECIDAS POR RESISTIREM A TODO TIPO DE MAUS TRATOS."
SIGMUND FREUD

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

RELACIONAMENTOS


A Gestalt-terapia, baseada na Teoria de Campo de Lewin, afirma que a pessoa deve ser vista como um todo, ou seja, que seu comportamento só se torna compreensível a partir de sua visão dentro de um determinado campo com o qual ela se encontra em relação. Neste sentido esperamos poder auxiliar as pessoas partipantes de um grupo a encontrarem a melhor forma de se relacionar e transitar, no seu espaço vital, podemos dizer que espaço vital é equivalente do meio geográfico somado ao meio comportamental, diminuindo significantemente e se possível, extinguindo comportamentos que desencadeiem em ações de violência, no caso aqui violência de gênero.Não é nosso objetivo eximir as pessoas de qualquer tipo de conflito, até porque não é dado a psicologia esse poder, nem esse direito, além de que sabemos que os conflitos são fontes de ajustamentos essenciais a vida do indivíduo, e retirar isso de alguém é tolhir seu crescimento psíquico e social, como ser-no-mundo, nosso empenho é que para que através de ferramentas psicossociais e de um pouco mais de auto-conhecimento, proporcionados através das dinâmicas e intervenções feitas durante o grupo possamos ajudar o sujeito a encontrar seu melhor lugar, sua melhor forma de ser e de existir, dentro de ciclo vital de convivência e fora dele também.
Trabalhar com pessoas é sempre uma tarefa difícil, pois cada Ser é único, com suas experiências pessoais, seus pensamentos e modo de agir. Sabemos que somos livres para tomar nossas próprias decisões, mas cabe aqui ressaltar que temos nossas limitações, e para que possamos agir de maneira sensata devemos lembrar que as pessoas que estão ao nosso redor também têm seus próprios objetivos, e aceitar isso para alguns indivíduos pode ser uma árdua tarefa, pois perderam sua individualidade, ou pensam que a perderam e não conseguem se identificar, a não ser através do outro e isso é uma das causas da agressividade, segundo Lacan, que no texto “A agressividade em psicanálise”, na sua tese IV nos diz o seguinte: Do mesmo modo, é numa identificação com o outro que ela vive toda a gama de reações de impotência e ostentação, cuja ambivalência estrutural suas condutas revelam com evidencia, escravo identificado com déspota, ator com espectador, seduzido com sedutor (1948, pag. 116). Por isso é primordial auxiliar o rompimento com a dependência e vitimização das pessoas que se envolveram em caso de violência de gênero, para isso devem ser estimuladas a desenvolver sua auto-suficiência psíquica, social, intelectual, emocional e porque não, financeira.
Concluímos que o processo de humanizar-se é um processo de crescente complexidade, onde nossos elementos conceituais desembocam numa realidade concreta: o homem. Mas como terapeutas não podemos perder nunca a fé na capacidade que o homem tem de se reinventar, de se superar a cada desafio que a vida lhe apresenta, e que as vivências nos auxiliam, mas não são determinantes na formação da nossa subjetividade, que a pessoa humana pode encontrar respostas humanas para suas indagações, para sua prática de vida, para seu estar no mundo de uma maneira diferenciada das pedras, das plantas dos animais e que só ocorrerá através de uma relação paritária.

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